terça-feira, 24 de julho de 2012

Insônia latente


Insônia latente
É incrível como a noite, pura e simplesmente traz à tona os desejos mais profundos e as vezes até inconscientes de uma pessoa. Sempre que nos deitamos sozinhos, no escuro, os sentimentos se arrastam para fora, como formas indistintas, sombras que vagam em busca de algum tipo de luz para iluminá-las, em busca de compreensão.
Às vezes lutamos contra essas sombras, mas não há o que fazer, não têm corpos físicos...são apenas sentimentos, tentando nos estrangular com suas mãos invisíveis enquanto dormimos...logo, ficamos acordados, enfrentando as sombras uma por uma, enquanto esperamos que as primeiras luzes apareçam e as varram para longe.
O problema é que a noite é cruel, ela faz questão de cada segundo de que dispõe, e nos prende nessa luta interminável, até que atingimos um certo nível de cansaço mental, que deixa as sombras tomarem conta da nossa mente...as vezes os sentimentos são tantos, que chegam a transbordar pelos olhos...que acabam por desistir da luta, e adormecem ainda úmidos.
E são nesses momentos, que dispomos das poucas oportunidades de ser o que realmente somos, sem ter que nos esconder do que sentimos ou ter medo do que aconteceria se...mas, o dia acaba por chegar. Afastando as sombras, que afinal não eram tão más, que só queriam nos mostrar que ainda existe esperança, e eram mais quentes que a manhã cinzenta que surge na janela, mas agora é tarde, as sombras voltam para a parte mais profunda dos nossos corpos, e lá permanecem, até voltarmos a deitar, ou...até que eu volte a te encontrar.

3 comentários:

  1. Que lindo, Guigo!!!!
    Vc me enche de orgulho!!!!
    Não consigo deixar de me surpreender com as coisas que escreve!!! Parabéns!!!!

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  2. "ou...até que eu volte a te encontrar."
    Parabéns, ficou ótimo!
    Adoro seus finais, não sei se já te disse isso, mas de qualquer modo digo agora: adoro seus finais!
    Escreva mais, Rodrigo, gosto de te ler.
    Beijos, Gasosa.

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  3. Parabéns Rodrigo. Esse final ficou realmente surpreendente !

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